terça-feira, julho 07, 2009

Quem é você? Pensa na pergunta e não responda.

Você é bem humorada e mal humorada, ama e desama, você fala, sussurra, geme, grita e, num outro momento, silencia, você quer e não quer, há momentos em que adora ouvir música e outros que não suporta... Você sente atração por um tipo masculino atlético e, de repente, se apaixona por um magrelo ou gordinho que pelos olhos do senso comum é feio. Você é feliz, triste, agitada, sossegada, instável, rotineira, companheira, competitiva, amiga, inimiga...

Você é muito contraditória!!!

A sua volta tantos mais são incoerentes... há mesmo que se ter coerência? Há uma definição perfeita que traduza quem é você? Eu não saberia dizer quem são todos os meus amigos, não saberia dizer quem sou, qual minha essência imutável, inflexível, inquebrável... Eu sou com o outro, o outro atribui a mim características com lentes que convém a ele enxergar. Muitas vezes eu me enxergo com uma lente emprestada pela cultura.

Não é uma preocupação minha saber se você é alguma coisa. Para mim o que importa: Você é. Você é. Você é. Eu sou.

O verbo ser não seleciona um agente nem paciente. O individuo, ao nascer, clama pelo verbo ser e logo lhe dão um nome. Mas o nome é algo muito reduzido, assim como os inúmeros adjetivos dicionarizados – ou não – que tentam definir as coisas do mundo. O ser vivo é o tema, o tópico dentro da sentença. Não há análise sintática que alcance tamanha filosofia do que é simplesmente ser. É fenômeno da natureza, como frases: Chove / Anoiteceu /Trovejou. Maria é. São orações que traduzem fenômenos em certa medida inexplicáveis.

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